Equipamentos Astronômicos

Ao longo de 20 anos praticando astronomia amadora observacional e recentemente Astrofotografia tive alguns equipamentos astronômicos de diversas marcar e abertura, além de algumas montagens equatoriais e azimutais, então resolvi fazer esse post contando um pouco sobre cada um deles e sem profundidade com qual instrumento comecei e as evoluções ao longo desse período.

Não fiz esse post para me engrandecer na questão financeira, sempre foi no sufoco as mudanças de setup, pois conheço colegas e amigos que tem ou teve uma variedade muito maior de equipamentos, meu intuito com esse post é apenas mostrar a evolução que tive na astronomia instrumental e também para mostrar que é muito importante o iniciante aprender muito sobre o que quer para não ficar trocando ano após ano de instrumento e acabar não usando o máximo do seu instrumento gastando muita grana,  o lado positivo de sempre fazer trocas é poder testar equipamentos diferentes e saber o que mais lhe agrada e obter experiência com os mais variados equipamentos e acessórios.

Como a maioria dos astrônomos amadores, meu começo foi apenas observações a olho nu, fiquei alguns anos aprendendo a localizar as constelações, principais estrelas e planetas, até que em 2004 fiquei sabendo que uma pessoa do meu bairro estava vendendo uma luneta, nessa época eu já conhecia bastante o céu e tava doido pra conseguir um binóculo ou mesmo uma luneta, nessa época as coisas era bem complicadas para mim e conseguir uma pequena e simples luneta foi uma saga.

Os equipamentos estão em ordem de aquisição.

DF Vasconcellos 40mm

O início do me contato com equipamentos astronômicos foi quando fui comprar um par de sapatos com um rapaz, que apesar de não ter loja vendia em sua casa, quando entrei na sala vi a pequena luneta, o DF Vasconcellos de 40mm de abertura e 20x de amplificação.

Pronto, o sonho estava ali me esperando bem na minha frente, então começou a saga…

Perguntei pro rapaz se eu podia dar uma olhada pra ver as casas que estavam longe, ele deixou e eu fiquei muito feliz ao observar pela primeira vez em um equipamento astronômico, porém ao perguntar se ele vendia ele disse que sim e já me falou o preço, foi quando senti na pele o que é não ter grana, ele pediu 100 reais na luneta, voltei pra casa bastante triste, nessa época minha mãe já estava divorciada e passando por dificuldades e 100 reais era quase impossível nesses tempos.

Como minha mãe não pode me ajudar fui em busca de um trabalho para conseguir a grana e comprar meu tão sonhado refrator acromático de 40mm (nem sabia na época que era um acromático e o que era um telescópio acromático).

Foi quando entrei em uma padaria e perguntei se não estavam precisando de ajudante, a atendente olhou pra mim e disse que o time estava completo, nesse dia fui embora bastante desanimado e triste.

Passou quase um mês e lembro que eu estava lendo um livro que ganhei de uma professora ( por coincidência o livro do Jean Nicolini “Manual do Astrônomo Amador”) que tenho até hoje, quando escutei alguém me chamando, sai e pra minha surpresa era a dona da padaria que pedi serviço,  na hora nem acreditei, comecei a trabalhar nesse ramo e por incrível que pareça estou nele até hoje, graças a tão sonhada luneta.

Com a grana em mãos fui comprar meu primeiro instrumento astronômico, no primeiro dia que fui na casa do rapaz ele não estava, no segundo ele tinha desistido de vender , comecei a ficar desesperado, até que na terceira tentativa ele cedeu e me vendeu a luneta, sai correndo da casa dele e esse acromático foi meu primeiro telescópio por quase 2 anos, com ele fiz minhas primeiras observações lunares, planetárias ( aspecto estelar ) e alguns DSOs mais brilhantes.

Acromático 60mm f/10

Com a evolução no trabalho passei a ganhar um pouco mais, então depois de quase dois anos com o DF Vasconcellos resolvi partir para um telescópio um pouco melhor, sem ter muito conhecimento sobre telescópio, conhecimentos que só fui ter depois de anos à frente.

Resolvi pegar um telescópio acromático de 60mm f/10 , que já tinha um tripé com ajuste de altura e montagem azimutal com ajuste fino e uma óptica um pouco melhor que o DF Vasconcellos 40mm, com esse pequeno acro fiz minha primeira observação de Júpiter e Saturno ( já com aspecto planetário), foi muito gratificante olhar pela ocular e ver Júpiter como uma bolinha duas faixas equatorial e quatro estrelinhas junto, mesmo com oculares muito ruins ainda no padrão 0,965″ fiquei muito feliz com o que vi.

Celestron OmniXLT 150mm Refletor

Já em 2007 recém casado e trabalhando em uma padaria maior (atual que trabalho até hoje) consegui com ajuda do meu patrão ter um avanço muito grande na compra de um novo telescópio

consegui comprar na época os recém lançados Celestron OmniXLT , optei pelo modelo newtoniano de 150mm f/5 , foi um telescópio que paguei muito caro , tinha pego pela loja Astroshop , mesmo assim estava todo feliz com a nova aquisição, após ter pago, a ansiedade começou a ficar gigante e quase não dormia direito, então numa terça feira recebi as duas caixas em casa.

Mesmo com o manual em mãos tive bastante dificuldades para montar tudo, e depois de tudo pronto levei o conjunto pra fora e fiz o primeiro teste com um tipo de telescópio diferente das lunetas que tive , a maior surpresa foi a orientação da imagem, como não tinha internet em casa na época e pouca coisa pra ler sobre telescópios, não imaginava que teria esse “problema” , fiquei um pouco desapontado , mas a noite isso não importou, consegui observar imagens de Saturno como nunca tinha visto com os acro, Júpiter e vários detalhes , dentre outros objetos,

O Celestron OmniXLT 150mm veio com montagem EQ4 e tive bastante dificuldades para operar nas primeiras noites, o que foi melhorando depois, o padrão do focalizador já era 1.25″ e oculares bem mais superiores que as antigas dos acros, buscadora decente 6x30mm e óptica com uma qualidade muito boa,  com esse newtoniano tive varias noites e descobertas gratificantes.

Coletti 150mm f/8.3

Telescópios newtonianos são excelentes se bem feitos, ainda mais feitos por ATMs conceituados e mestres dessa arte, com o  Cosmofórum no auge eu tinha bastante informações sobre telescópios.

Foi quando conheci o mestre ATM Sandro Coletti, estava com o Celestron Omni XLT 150mm f/5 e lendo vários post descobri que newtonianos com f/d maiores acabam sendo mais fáceis de fabricar o espelho primário então tendem a ter melhor qualidade, lendo isso acabei trocando os espelhos do Celestron com o Coletti por um kit de espelho de 150mm f/8.3 e usando as partes do tubo do Celestron acabei montando esse OTA que foi uma grande surpresa na qualidade, isso foi bem óbvio, nunca tinha conseguido observar a divisão de Cassini com o Celestron, não que o Celestron fosse ruim, mas acredito que não tenha feito uma colimação decente , o do Coletti foi o melhor newtonianos de 150mm que tive até hoje, acabei fazendo upgrades de tanto que gostei desse kit , coloquei focalizador GSO 2″ , buscadora 9x 50mm e adquiri oculares plossl e barlow GSO 2.5x.

SkyWatcher 150mm f/8 Dobsoniano

Bem, após desistir de usar montagem equatorial resolvi trocar todo o meu set por um SkyWatcher dob de 150mm f/8, talves uma das piores decisões que fiz até hoje.

Quando o Sky Watcher 150mm dobsoniano chegou, gostei bastante da estética e da óptica, porém a montagem foi o meu pesadelo por alguns meses até desistir d equipamento, lembro que a montagem era muito “seca” com vários pontos duros e mesmo regulando os apoios de tensão não ajudava em nada.

Já a óptica era idêntica ao kit feito pelo Coletti, focalizador era de cremalheira porém de 2″ , até que aceitável, mas bem abaixo do crayford da GSO que usei no 150mm f/8.3 do kit.

Orion SkyView Pro 8″

Esse excelente telescópio eu usei muito pouco, apenas alguns meses, foi adquirido na inesquecível loja Armazém do Telescópio e por causa da decepção ao usar a montagem dobsoniana do SW 150mm acabei voltando para as montagens equatoriais.

Esse telescópio tinha 200mm de abertura f/5 e uma montagem EQ5 , focalizador de 2″ de boa qualidade e uma buscadora 8x40mm, bastante robusto também o conjunto.

Orion Atlas EQ-G e SW Mak 150mm

Com a venda do Orion SkyView Pro acabei indo para minha primeira montagem equatorial computadorizada, a Orion Atlas EQ-G , foi um avanço enorme comparado com as montagens equatoriais que tive antes, a montagem era bem robusta, suportou o MAK 150mm com muita folga, os movimentos eram muitos suaves e precisos

OTA acabei usando um SkyWatcher Maksutov Cassegrain de 150mm, que saiu por um preço muito baixo na época

O Maksutov Cassegrain 150mm tinha uma qualidade excelente, como ainda tinha pouco conhecimento sobre oculares , ficava apenas em Plossl, mas com o Armazém do Telescópio apareceram outros tipos de oculares o que melhorou bastante as observações.

O Maksutov Cassegrain veio com diagonal de 2″ e buscadora 9x50mm, além de duas Plossl, por fim acabei adquirindo uma GSO superView de 30mm e fechei o conjunto.

SkyWatcher AZ EQ6 e SW 150mm f/6.6

Surgiu no Armazém do Telescópio no ano de 2014 as AZ EQ6, foi amor a primeira vista, tanto que acabei vendendo a Atlas pra adquirir a AZ EQ6, mas valeu a troca, tanto que tive quatro unidades em tempos diferentes,

A Sky Watcher AZ EQ6 tem várias melhorias que me fez trocar pela Atlas sem pensar duas vez, só de ter o modo Azimutal já foi uma maravilha, dentre outras melhorias.

O SkyWatcher 150mm f/6.6 foi uma bela surpresa, OTA de boa qualidade tinha focalizador 1.25″ de cremalheira e buscadora 6x30mm.

AZ EQ6 e SkyWatcher Acro 120mm f/8.3

Mantendo a AZ EQ6 resolvi trocar de OTA, mas dessa vez acabei pegando um SW 120mm f/8.3 acromático.

Bem o que posso falar desse acro, como meu  principal tipo de observações quase sempre foi planetas e Lua acabei cometendo um erro gigante ao pegar esse OTA.

O erro foi por não ter usado o acromático de 60mm com amplificação alta, assim a aberração cromática ficava sutil e nem reparei nesse detalhe, já nesse acromático de 120mm tentei usar com alta amplificação para planetas e Lua, o que não ficou nada legal, esses acromáticos são excelentes se usando com baixas amplificações, para grande campo.

O OTA veio com focalizador cremalheira de 1.25″ e sem outros acessórios, fiquei tão desapontado que fiquei apenas duas semanas com esse OTA.

SW AZ EQ6 e OTA SW 254mm f/4.7

Um dos meus melhores setup sem dúvidas foi a AZ EQ6 e o newtoniano 254mm f/4.7, com a falta de conhecimento com o acro 120mm e uma nova remessa da SW chegando no Armazém do Telescópio, acabei vendendo o acro 120mm e peguei o maior newtoniano que podia ter , 254mm de abertura foi algo que nunca tinha imaginado chegar e ele estava bem na minha frente, com uma montagem excelente e um OTA de 254mm é um conjunto que não deixa nada a desejar, com céu limpo, tive minhas melhores observações de DSOs , M17, M57, M 8, M 42, etc…

O OTA 254mm veio com buscadora 9x50mm e um focalizador grayford de 2″ com redutor de 1.25″, muito suave e preciso, a óptica me lembro que era excelente, observações planetárias e Lunares eram simplesmente perfeitas, deixando a desejar apenas pelas oculares que tinha na época.

Utilizava na maioria das seções apenas o modo azimutal da AZ EQ6 , pois não entendia como fazer o alinhamento polar.

Celestron Nexstar 8 SE

Com a chegada do meu primeiro Schmidt Casegrain levei um baita susto, parecia que tinha trocado o SW 254mm por uma buscadora, a diferença de tamanho era enorme, o Celestron Nexstar 8 SE além de compacto tinha uma boa abertura para as observações visuais, assim com um telescópio bem menor e mais leve acabei ficando com ele por bastante tempo, a montagem tinha alguns pontos negativos, mas ainda era bastante aceitável.

O Celestron Nexstar foi o pontapé inicial para acabar optando pelos SCT em montagem azimutal.

Veja meu review desse telescópio:

SW Star Discovery 150mm

Mais um newtoniano de 150mm, dessa vez acabei pegando o Sky Watcher Star Discovery 150mm f /5 para fazer companhia como o Celestron Nexstar 8 SE, esse telescópio achei bastante interessante na época, o valor pago foi realmente baixo o que valeu muito a pena , ainda mais por ter montagem goto completa, o OTA tinha boa qualidade óptica, mas não me animei muito em ficar com ele, a montagem achei excelente, testei o C8 nela e apesar de tremer muito, acabei ficando com ela e usei o c8 por um bom tempo com essa montagem.

Celestron CPC 800 Edge HD

Meu primeiro Celestron CPC foi o modelo Edge HD de 8″, um telescópio excelente para quem quer boa abertura , montagem e tripé muito robustos e sistema computadorizado.

Esses modelo de 8″ abriu a porteira e acabei tendo mais três CPCs, porém de 279mm de abertura.

Review desse modelo aqui :

Celestron CPC 1100 XLT GPS

O Celestron CPC 1100 XLT GSP foi outra oportunidade que apareceu, vendo alguns anúncios do Facebook, consegui fazer a troca do Celestron CPC Edge HD 8″ pelo Celestron CPC 11″ XLT com um cara que estava vendendo esse modelo, a troca foi bem complicado.

Tive que viajar quase 290km para conseguir efetuar a troca, mas como estava muito animado pra ter um SCT de grande abertura não medi esforço e acabei  fazendo essa viagem, o que acabou valendo a pena.

Review desse modelo aqui :

Celestron C5 XLT

Outra SCT que acabei pegando como OTA secundário para fazer companhia para o Celestron CPC 1100 XLT.

Esse OTA se parece mais com um brinquedo, muito compacto, podendo caber em qualquer mochila de porte pequeno, porém com excelente óptica, podendo ser usado para boas observações no geral.

Celestron CPC 1100 Edge HD

Com uma oportunidade nova, acabei desfazendo do CPC 1100 XLT e adquirindo o Celestron CPC 11″ Edge HD, o Celestron CPC 1100 HD é um telescópio com excelente óptica, mecânica e eletrônica, fiz um review e post de manutenção e colimação .

Foi com esse equipamento que comecei a fazer imagens, dois de vários anos apenas nas observações visuais acabei me entregando á astrofotografia.

Coletti 115mm f/5 Dobsoniano

Esse telescópio me deixou saudades, simplesmente incrível a qualidade óptica dele, como essa foi a primeira versão produzida pelo Sandro Coletti, várias partes eram feitas em plástico ABS de qualidade.

Com 115mm de abertura e 700mm de distância focal ele é um OTA que pode ser usado para todos os tipos de observações, desde céu prufundo como Lua e planetas com barlow adequada.

Atualmente (2024) esse modelo evoluiu muito sendo todo fabricado em alumínio e mantendo cada vez mais a qualidade óptica e mecânica, melhorando também a estabilidade do OTA por usar tripé robusto e de ótima qualidade, ao invés da montagem dobsoniana de mesa.

Review do Coletti 115mm f/5

GSO 12″ e EQ6 -R

Esse foi meu primeiro telescópio de 12″ com montagem equatorial, esse telescópio tinha a óptica modificada por ATM o que deixo a óptica com melhor qualidade, apesar que os espelho original da GSO não deixa nada a desejar.

Com esse setup fiz algumas capturas planetária bem legais na época.

GSO 16″ Dob com Plataforma Equatorial

Fiz mais uma troca, dessa vez foi bem complicado pois acabei tendo bastante problema com o GSO 16″.

O problema desse modelo antigo era em manter uma colimação de qualidade, pois a cada movimento que se fazia com o OTA a colimação já se perdia, a óptica parecia ser muito boa.

A plataforma também tinha alguns problemas, como por exemplo saltos enquanto fazia o acompanhamento.

Infelizmente não tive como manter, hj a GSO já mudou a estrutura desse modelo usando agora 6 hastes .

GSO 12″ e plataforma Equatorial

Com a devolução do GSO16″ e plataforma, acabei pegando esse setup para não perder a temporada de capturas planetárias, foi um downgrade que achei bem interessante, pois tem um excelente custo benefício,.

Esse OTA já era o segundo GSO12″ que tive, dessa vez o espelho primário era original, o que não deixou nada a desejar , mesmo comparando com o modelo que tive que o espelho primário era modificado por ATM.

Sky Watcher Quattro 200mm f/4

Tive esse modelo por pouco tempo e não cheguei a usa-lo, estava sem montagem e acabei vendendo precocemente.

Celestron CPC 1100 GPS

Esse modelo apesar de ser mais antigo ainda tinha uma montagem com eletrônica e mecânica bem ajustada, a placa corretora desse modelo tinha algumas manchas no coating, mas não afetava em nada, qualidade óptica excelente, com esse equipamento fiz capturas muito legais

Sky Watcher 10″ e Az EQ6

Repeti a dose com esse setup, depois de mais de 15 anos retornei ao Sky Watcher 10″ e AZ EQ6, como estava no final da temporada e chuvas acabei não usando e trocade pois de alguns meses ( rsrs )

Sky Watcher 200mm f/6 Dobsoniano

A ideia com esse dobsoniano era ser um telescópio secundário, com a aquisição do Meade 12″ e EQ6 esse modelo acabou sendo uma boa para observações casuais.

No geral esse modelo tinha qualidade muito boa em tudo, com exceção do eixo de azimute da montagem , que era muito seca dificultando muito o uso, apenas com uma modificação aplicando rolamento axial iria resolver o problema.

Meade 12″ e Atlas EQ-G

Fiquei muito animado com esse OTA da Meade , com 305mm de abertura prometia ser um OTA definitivo, porém a aclimatização e os problemas na óptica acabaram com essa ideia de definitivo.

A montagem tinha várias melhorias e tinha qualidade muito boa no geral.

Celestron ST80mm f/5

Esse acromático veio para testes, peguei com um amigo e apesar da óptica bastante interessante acabei não curtindo o OTA no geral e acabou indo para outro lar.

Sky Watcher 150mm f5 Acromático

Outro acro que acabei desistindo, esse OTA é grande e pesado necessitando de no mínimo uma HEQ5 , tem óptica excelente, a ideia com esse acro era ser usado com baixa amplificação, para observar pequenos objetos do céu profundo, mas infelizmente mesmo depois de já ter usado alguns acromáticos, não me adaptei a aberração cromática, duvido muito que pegarei mais algum acromático .

Willian Optics Zenithstar 61mm f6 APO

Único refrator apocromático que já tive, que telescópio maravilhoso, correção da aberração cromática excelente, construção sólida e focalizador excelente, arrependo de ter vendido.

Celestron C11 e Atlas EQ-G

Consegui fazer uma troca entre o Meade pelo Celestron C11 XLT, esse OTA me trousse muitas alegrias por conta da sua qualidade acima da média, esse arrependi de desfazer, mas como a febre de abertura tinha me pegado foi inevitável a venda dele para pegar o Dob 14″

Sky Watcher Flextube 14″ Dob Goto

Esse é o telescópio atual ate o momento ( 17 de Fevereiro de 2024 )

Fiz um review mais detalhado desse modelo :

Espero não precisar mais atualizar esse post, já que estou conseguindo manter o Sky Watcher Dob 14″ Goto, se assim o for , não pretendo mais mudar de equipamento pelos próximos anos.

Céu limpo para todos!!!

Review: Sky Watcher Flextube 355 Dob Goto

No final de Dezembro de 2022 fiz a aquisição de um telescópio Dobsoniano Sky Watcher Flextube 14″ ( 355mm ) o telescópio foi comprado de segunda mão em estado de novo com um amigo ( agradeço pela grande oportunidade ao Sérgio Pancieri ), esse modelo já era um sonho a alguns anos , na verdade desde quando foi lançado a serie Dob Goto pela Sky Watcher , com a oportunidade que tive acabei não pensando duas vezes e fiz a aquisição.

O telescópio foi enviado na sua embalagem original, tudo muito bem embalado e com segurança, três caixas gigantes e muito pesadas que assustaram quando chegaram, uma caixa continha o OTA, outra a montagem e a terceira com um carrinho para a Dob, já que o espelho primário não veio nela, mas já montado no OTA, a Sky Watcher envia o espelho primário em caixa separada pois o espelho por ser sensível tem o alto risco de ser danificado em longas viagens.

Montagem Dobsoniana Goto

Montar a DOB é bem simples e fácil, as partes da montagem possuem 12 parafusos com botões que permite fazer a montagem e desmontagem sem precisar de ferramentas , diferente da maioria das dobsonianas normais que uma vez parafusada não tem a opção de desmontar todas as vezes que precisar levar pra fora de casa ou para viagem.

Parafusos para monta/desmonta da DOB

Em comparação com as outra montagens dobsonianas no mercado, que podem ser de ruins a excelentes, essa da serie Flextube está na categoria das excelentes, muito robusta e precisa tanto manualmente ou quando usando os motores, a Dob Goto da Sky Watcher é a única montagem dobsoniana comercial que usa motorização nos dois eixo e sistema computadorizado.

Ambos os eixos possuem botão de travamento dos eixos ( inclusive o mesmo botão usado nos modelos da Celestron CPC Deluxe ), podendo ser ajustado seu aperto para fazer acompanhamento manual com precisão e suavidade, usando o controle Synscan basta trava-los que os movimentos serão acionados pelo controle.

A peça que faz o movimento em azimute pesa 25kg, a que contém o motor de altura pesa 13kg, a oposta pesa 6kg e a peça que une as laterais pesa 3.5kg, somando no total 48kg arredondando, a espessura das peças da montagem tem 25mm, feito de compensado rígido e com excelente acabamento em branco de preto, a Dob tem altura de 92cm e a base azimutal tem diâmetro de 77cm .

Todos os parafusos possuem uma borracha que trava o parafuso solto, eliminando a necessidade de retirar todos quando se desmonta e sem o risco de perder algum durante a noite.

Acompanhamento e Goto

Essa montagem dobsoniana possui sistema eletrônico totalmente computadorizado, usando o controle de mão Synscan V4, que permite a localização de mais de 40 mil objetos celestes.

O acompanhamento e o Goto são muito precisos, porém é importante fazer um alinhamento de estrelas com bastante precisão, após esse alinhamento o acompanhamento já atua automaticamente.

Para as imagens planetárias fica muito fácil obter boas capturas com um acompanhamento como esse da Dob, pois são vídeos bem curtos na ordem de 60s à 340s dependendo do planeta, já para imagens de céu profundo ( DSOs ) o melhor resultado que obtive foi com apenas 20s cada exposição, podendo melhorar esse tempo usando uma plataforma EQ e um rotacionador de campo, eliminando o problema da rotação de campo que a montagem azimutal produz.

Usando o acompanhamento para observações visuais tudo fica mais fácil e pode-se ver os detalhes com calma , já que elimina ter que ficar ajustando a posição do OTA manualmente , pois manualmente vai piorando bastante conforme se usa mais amplificação.

O painel de controle é básico com entrada para controle Synscan V4, cabo serial para comando dos motores, plug de energia e botão liga /desliga.

O motor usado para cada eixo é o mesmo usado pela Celestron nos modelos CPC XLT, motor DC Servo , o que justifica a força de cada motor para movimentar um telescópio tão pesado, o ruído dos motores é bastante suave quando se move em velocidade alta ( RATE 8-9 ) o que não irá incomodar os vizinhos durante as madrugadas de capturas ou observações, em velocidades média e lenta o ruído dos motores é quase inaudível e quando está acompanhando algum objeto celeste não há ruído, nas primeiras noites até pensei que tivesse alguma coisa errada com os motores, de tão silencioso o acompanhamento, em algumas montagens EQ que tive conseguia escutar um ruído de fundo bem sutil quando fazia o acompanhamento.

Cada coroa dentada possui 219 dentes e um diâmetro de 230mm, achei um pouco fina as coroas, com apenas 6mm de espessura.

Motor e coroa dentada do eixo de altura

Motor do eixo de azimute

Encaixe do OTA

Doveital para encaixe do OTA

Tubo Óptico ( OTA )

O Ota possui um comprimento focal de 1650mm, sendo assim um f/4.6.

Por ser tubo retrátil deixa tudo mais fácil para se guardar e para o transporte , medindo apenas 98cm de comprimento quando retraído , não chega ser desajeitado carregar, porém é pesado, chegando a aproximadamente 28kg com acessórios e contra peso de balanceamento, sem acessórios 25kg.

Já esticado normalmente tem 1.51m de comprimento, retraído para uso com binoviewer fica com 1.35m de comprimento e tem uma diâmetro de “boca” de 420mm.

Ao levantar a seção do secundário é bastante suave, ao retrair é necessário ajustar os parafusos de cada haste, não os parafusos que travam as hastes, mas o que ajusta a esfera de metal que serve para avisar em qual furação a haste está, se está com a abertura plena ou para uso com o binoviewer, após esse ajuste a retração da seção do secundário fica bastante suave, vide foto abaixo:

As hastes têm uma segunda configuração para fornecer deslocamento de foco suficiente para um binoviewer ou câmera DSLR, o primário fica bem pra frente na célula, assim requer o uso de tubo extensor para a maioria das oculares, se fosse um OTA com tubo rígido seria necessário cortar um pouco para poder conseguir foco com DSLR , com o uso de binoviewer poderia ser bem complicado por falta de foco, com uso de barlow já seria mais tranquilo o foco.

Focalizador Baader Steel Track com extensor 40mm 2″

A aranha é a mesma usada em todos os Newtonianos da Sky Watcher , o secundário é colado com uma fita dupla face especial que não parece deformar o espelho, porém pode ser modificado para melhor, fazendo uma célula própria que elimina a chance de distorções.

Na versão que tenho o espelho secundário tem 80mm de eixo menor e 120mm de eixo maior, existe uma versão onde as dimensões do espelho secundário pode ser um pouco maior.

Uma interessante característica dos modelos Dob Goto de 14″ e 16″ da Sky Watcher ( e Orion USA ) é o espelho primário cônico, que tem espessura de apenas 20mm, o espelho é feito de vidro borosilicato de baixa expansão ( acredito ser de vido Pyrex ) reduzindo muito qualquer possível deformação com a temperatura ambiente e sem deformações ao mudar a posição do tubo, esses primários são muito parecidos com os primários dos Schmidt-Cassegrain ( SCT ).

Outra vantagem dos espelhos cônicos é o menor tempo para aclimatação e menor peso, célula e primário juntos pesam 10kg apenas, não há necessidade de pinças para segurar o espelho primário.

A célula do primário possui furações M6 para o uso de contrapesos e deixar o balanceamento perfeito, porém a Sky Watcher não fornece os contrapesos, então uso um com 1kg o que deixa perfeito para o setup de Astrofotografia que uso.

Contrapeso para balanceamento

Melhorias Realizadas

Mudança na pintura dos suportes das hastes

Após alguns meses com o Sky-Watcher 14″ Dob Goto já foram feitas várias modificações e melhorias, uma das primeiras foi trocar a cor da pintura original das bases que prendem as hastes, que eram branca e agora esta preto fosco, quero evitar 100% qualquer reflexão no interior do OTA, as partes brancas eram bem notáveis mesmo no escuro .

Antes da modificação

Depois da modificação

Antes da modificação

Depois da modificação

Troca de Focalizadore Motorização

Também troquei o focalizador original por um Baader Diamond Steeltrack que é muito superior em tudo, desde a carga de 6kg até a alta precisão, já instalei a motorização no focalizador da Baader para ficar mais fácil a focalização durante as seções de Astrofotografia de Alta Resolução, que numa OTA desse tamanho fica bem complicado fazer o foco manualmente.

Essa troca só fiz por conta da boa oportunidade que tive em adquirir o focalizador Baader, já que o original como citei já é bastante aceitável.

Focalizador original Sky Watcher

Em um telescópio com razão focal curta o foco fica mais critico , o focalizador original já fazia um ótimo trabalho por já ter micro redução , mas o Baader Diamond Steel Track mesmo no botão normal já é muito suave e preciso, usando a micro redução dele é algo fora do comum!!!

Uso também para foco eletrônico o ZWO EAF com controle de mão, deixando muito mais fácil e preciso o foco, com o focalizador elevando a mais de 1.60m e com seeing variando fica muito complicao focar manualmente, o EAF resolve muito bem.

Um ponto que achei negativo com o EAF é não poder usar os botões do focalizador depois de instalar o motor, assim sempre que preciso fazer o foco manualmente é necessário soltar dois parafusos Allen que ligam o motor ao focalizador.

Sistema de aclimatização

Conclui também o sistema de aclimatização para o espelho primário, usei 3 fans de 40mm x 40mm, uma fonte 12v – 3 amperes e um plug com rosca comum , com a época das chuvas não foi possível fazer testes para obter os resultados na prática desse sistema, porém mais uma melhoria concluída.

Plug de energia do sistema de aclimatização

Light Shroud, Dew Shield e Touca

Light Shroud finalizado com EVA

Para a produção do light shroud usei uma placa de EVA com 5mm de espessura e foi costurado fitas de velcro para a fixação, algo simples que faz a diferença final em relação a luz parasita e melhorando o contraste das imagens.

Em alguns lugares com muita poluição luminosa é necessário o uso de um dew shield também, pois achei a seção do espelho secundário curta podendo facilmente entrar luz parasita pela frente do tubo.

Para deixar o tubo 100% escuro é importante também colocar algum tipo de proteção no lado de fora da célula do primário, assim não terá luz parasita entrando por detrás da célula do primário, aqui usei a touca que já vem com o telescópio.

Lixamento e Polimento dos Discos de Zinco

Fiz uma melhoria nas placas de zinco do eixo de azimute, que consiste em um trabalho de lixamento e polimento para ficar mais suave o movimento, agradecimento ao mestre Bruno Yporti quem me ensinou essa técnica e outras aqui citadas, pois notei que desde o dia que o tele chegou o eixo de azimute apresentava micro saltos que prejudicava muito o movimento em velocidades baixas ( RATE 1, 2 e 3 ) , depois de feito essa melhoria, engraxei e ajustei o motor de azimute , está perfeito agora, suave e muito preciso, sem nada de micro saltos.

No eixo de altura não mexi, pois já está perfeito.

Discos de zinco lixada e polida ( esquerda ) e a original ( direita )

Discos de zinco polidas

Discos de zinco já modificadas e rolamento axial do eixo de azimute

Flocking no espelho secundário e na Seção do secundário

Uma melhoria importante realizada foi a pintura da lado posto do espelho secundário, para excluir qualquer reflexo parasita que possa atingir essa região e também apliquei Flocking na seção do espelho secundário, na seção do espelho primário não realizei ainda o Flocking.

Pintura no lado posto do espelho secundário

Diferença de brilho com e sem Flocking ( flocking apenas na seção do secundário )

Nível de bolha

Na montagem DOB não tem muito o que melhorar, pois além de muito robusta ela é totalmente motorizada, suave e precisa, já possui bandeja para algumas oculares , suporte para o controle de mão e manípulos para carregar, como prefiro usar apenas o controle de mão Synscan , não irei adquirir o módulo Bluetooth , então instalei apenas um nível de bolha para deixar o nivelamento o mais perfeito possível, já que nas montagens azimutal esse nivelamento precisa ser bem feito.

Parafusos de travamento da célula do Primário

Foi trocado os parafusos de travamento da colimação do espelho primário por parafusos Allen, que achei muito mais prático e fácil de se usar , os originais são de fenda, bem mais trabalhoso de se usar no escuro.

Parafuso Phillips original e parafuso Allen

Parafusos Extras

Foi feito furações extras para aumentar o número de parafusos que prendem a célula do primário, suportes das hastes e nas três peças que travam as hastes, a adição desses parafusos ajudou a manter a colimação por mais tempo e reforçar a estrutura.

Na célula do primário originalmente haviam apenas 8 parafusos, agora tem 16 parafusos.

Antes e depois da adição dos parafusos extras na célula do primário

No suporte superior da seção do espelho primário que tinha 8 e agora 16 parafusos

Antes e depois da adição dos parafusos extra no suporte inferior das hastes

Já na seção do espelho secundário, na parte inferior eram 8 e agora tem 24 parafusos, já que é uma área mais critica.

Antes e depois da adição dos parafusos no suporte do espelho secundário

As três peças que travam as hastes havia apenas 1 parafuso de apeto manual, adicionei mais dois Allen com aperto com ferramenta.

Colei com fita dupla face uma placa de isopor para evitar que a célula do primário bata na “parede” da peça central da Dob, já que isso pode ocorrer com uma certa frequência ao soltar o botão dp eixo de altura e serve também para fixar algumas chaves que se usa na colimação e aperto dos parafusos Allen.

Buscadora 12x50mm

A buscadora atual é uma 12x50mm com retículo iluminado e diagonal eretora, o suficiente para fazer o alinhamento de estrelas antes das seções de observações ou astrofotografia, diferente da original que era reta e sem retículo iluminado e diagonal, além do suporte dessa nova que mantém muito bem o alinhamento.

Qualidade Óptica

Desde que adquiri esse telescópio uma das preocupações era como a qualidade óptica e como a estrutura se comportaria durante as capturas Planetárias e Lunares, cheguei a fazer alguns star test, mas infelizmente não tive como ter certeza dos resultados, pois as noites estavam bem ruins para os testes, sob o céu e em noites com seeing melhor já fazendo capturas e observando tive a oportunidade de tirar essas dúvidas.

Mesmo sabendo que a qualidade óptica não é perfeita, algo normal em ópticas feita em massa, foi muito agradável os resultados em noites de seeing bom, como as noites boas estão raras, não perdi tempo fazendo star test, terei mais oportunidades fora da temporada de capturas, acredito que poderei atingir o limite da óptica sem grande problema nas noites com bom seeing.

Estrutura Retrátil

A estrutura do OTA me preocupou bastante antes dos testes ( mesmo já sabendo que uma pequena descolimação é esperado em uma estrutura assim) como já tive um GSO16″ a alguns anos atrás e tive grande problema com a estrutura, fiquei com um certo receio que a estrutura retrátil da Dob tivesse o mesmo problema crônico de descolimar a qualquer mexida no tubo como aconteceu com o GSO16″, mas felizmente no modelo da Sky watcher não á descolimação grosseira.

A descolimação acontece apenas movendo o tubo entre 50° à 0° rapidamente, e é muito pequena, mudando alguns milímetros, mas acontece a descolimação, porém acredito que possa melhorar com alguma adaptação que deixe a colimação 100% para qualquer que seja a posição do tubo, esse modelo Flextube usa três hastes de metal com sistema diferente de travamento do usado no GSO16″, o peso do espelho primário do GSO16″ acaba que complicando muito também, tanto que hoje a GSO já mudou o sistema para 6 hastes.

As Hastes são fixadas por um parafuso hexagonal e um Allen que liga a base do secundário com as hastes, deixando bastante rígida a estrutura, já na parte de baixo tem um sistema de trava para deixar tudo imóvel e manter a colimação o mais perfeito possível.

Fiz vários testes com a estrutura para tentar observar o quanto é possível manter a colimação e cheguei em uma conclusão que ao mover o OTA de uma posição por exemplo de 50° à 0° de altura ocorre uma descolimação pequena, que já citei acima, não notei na prática nenhuma diferença na qualidade das imagens na observação visual e astrofotografias, uma ideia que tive e ajudou com esse problema foi colimar os espelhos com o OTA inclinado em 50° assim não irá descolimar entre 50° à 90° de altura, geralmente por aqui as imagens são feitas entre 70° até 90° nas épocas que os planetas estão passando alto no céu, então fica resolvido a preocupação da colimação mudar conforme vai acompanhando o planeta ou a Lua.

A imagem abaixo da esquerda foi com o tubo já apontado em 90°, a do meio em 50° e da direita em 0°, usei como fonte de luz um ring of light, para conseguir uma imagem mais nítida possível da marca do círculo do espelho primário para ajuste do espelho secundário e o reflexo do OCAL para ajuste do espelho primário.

Nota-se que na imagem em 0° a colimação do primário já saiu um pouco fora, , fiz testes observando a paisagem terrestre com essa ligeira descolimação e colimado, assim como fiz algumas imagens também, porém não notei nenhum impacto negativo notável.

Lembrando que usei velocidade alta para mover o OTA ( RATE 9 ), a colimação deve ficar estável por horas quando a montagem estiver fazendo o acompanhamento , pois usa a velocidade sideral que equivale ao RATE 1.

Observações Visuais

A óptica se comportou muito bem quando o seeing cooperava, nas observações visuais tive excelentes resultados com vários objetos celestes, Saturno e Júpiter por exemplo consegui observar detalhes realmente finos em suas atmosferas, Grande Mancha Vermelha com alguns detalhes, várias bandas equatoriais, ovais e um marrom muito bem notável em Júpiter , algumas faixas em Saturno e a divisão de Cassini estava muito bem resolvida, Saturno apresentava um tom pastel muito bonito.

Na observação de objetos de céu profundo fiquei muito satisfeito também, observei Ômega Centauro (NGC5139 ) e o que vi foi realmente incrível, o aglomerado estava majestoso com estrelas bem resolvidas e varias estrelas coloridas nesse aglomerado globular magnífico.

A galáxia do Sombrero ( M104 ) foi outro objeto muito interessante de se observar como também M83, M42, M1 , Ghost of Jupiter, Nebulosa do Anel ( M57 ), todos com excelente resolução e bons detalhes, não fiz muitas observações visuais, pois na maioria das noites meu foco é Astrofotografia.

Outro tipo de observação que fiz foi da nossa espetacular Lua, com essa abertura foi inacreditável o que observei na superfície lunar, crateras minúsculas, picos, vales dentre outros detalhes .

Para as observações usei um Binoviewer e par de oculares Plossl de 25mm, além de uma barlow AngleEyes de 3x, a imersão é realmente inesquecível com o Binoviewer, recomendo esse acessório para todos os adeptos do Visual.

Acessórios Astrofotografia

Esse ano foi muito complicado fazer capturas, o clima mudou muito desde 2019 o que afetou muito obter boas capturas, isso não foi só por aqui, mas notei que vários Astrofotógrafos Planetários sofreram aqui no Brasil.

Usei para as imagens as câmeras da marca Player One Astronomy ( https://player-one-astronomy.com/ ) , hoje a melhor marca de câmeras e acessórios para astrofotografia no geral) Player One Uranus C IMX585, Mars II Mono IMX 462, Roda para filtros Player One Phoenix 8×1.25″, filtros Optlong LRGB e Maxvision Focal Explore 5x.

Colimação

Para a colimação uso o colimador eletrônico OCAL , recomendo muito para quem tem telescópio Newtoniano e RC, pois ajuda muito a deixar a colimação 100%, outra vantagem do OCAL é poder usar a noite, desde que tenha uma fonte de luz, vide abaixo.

Colimação com o OCAL

Disco de Airy e primeiro anel de difração após a colimação

Colimar esse monstro a noite é necessário alguma fonte de luz, aqui usei um ring light , assim ficou fácil ver com precisão como estava indo a colimação.

Astrofotografias

Comecei a fazer as capturas no mês de Abril de 2023 e acabei fazendo as ultimas em Setembro, desde então ( até o momento que escrevia o post ) não foi mais possível fazer capturas por conta da época das chuvas e céu nublado.

Foi possível fazer apenas algumas imagens Lunares e de Saturno em 2023, Júpiter por aqui esse ano chegara a apenas 50° ao norte onde nunca tive boas condições de seeing, segue algumas das imagens obtidas com o Sky Watcher 355mm Dob Goto.

Segue link de todas as imagens com melhor qualidade e resolução: https://www.astrobin.com/users/JEMT/

Minha conclusão final sobre o telescópio Sky Watcher flextube Dob Goto 14″ é que esse equipamento tem uma óptica e construção geral muito boa e é excelente para quem quer grande abertura e sistema computadorizado para observações longas, astrofotografia planetária e Lunar, mesmo com as limitações da montagem azimutal, imagem de céu profundo ainda é possível com boa qualidade.

O peso e tamanho do equipamento é um fator limitante para alguns astrônomos amadores, ainda mais se tiver que levar tudo para lugares com obstáculos ou escadas, mas se for usado em local plano basta usar um carrinho e fica tranquilo o uso.

Bom, chego no final desse review, espero que tenha deixado bastante informações para quem um dia tiver interesse em adquirir um Sky Watcher Dob Goto 14″ ou mesmo o Sky Watcher Dob Goto de 16″ que é idêntico ao 14″ apenas obviamente maior e mais pesado

Céu Limpo a todos !!!